Depois de mais uma briga sem motivo algum
Ela foi chorar mais uma vez as lágrimas de arrependimento
Ele foi encontrar refúgio nas noites daqueles que nada possuem
Era um casal que vivia somente um casamento de papel
Uma rotina de ódio e paixão
Ela amava as mentiras que ele contava
Ele sempre a perdoava por nunca ter confiado nele
Cutucavam um ao outro por diversão
Após às seis, eles disputavam qual seria a discussão da vez
Ela fazia questão de remexer o seu passado para provocar o desejável ciúme
Ele admirava os olhares que a sua querida fazia quando contava mais uma mentira
Era um jogo de mágoa e solidão
Em dez de março, ambos perceberam que tinham cansado das rotinas jogadas
Ela não se aquecia mais nos abraços de quem deveria descansar
Ele não sentia mais afeto ao olhar nos olhos verdes deprimidos dela
à meia noite e no vigésimo aniversário de casamento dirão:
Somos apenas mais dois separados na multidão
e ao anoitecer somos cada um por si
mas ao amanhecer voltaremos um para o outro até...
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