sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Dar-te-ei

Decorre em meus lábios os
movimentos dos beijos
dos seus dizeres traduzidos.
Enrosco em suas linhas inferiores. 
A tua boca consumiu os segredos, 
as doçuras do desejo.
Insaciável vontade de ter, 
a minha boca sente falta da sua,
Do toque em minhas curvas labiais.
Refazendo meu querer por te ter
Sendo seduzida pelo seu amor ardente.
Dos nossos beijos intraduzíveis
Minha boca dilata pela sua graça.
 Da umidade que advem do que é nosso
Dar-te-ei mil carinhos meus à espera
da minha boca ávida por seus beijos atrevidos.


segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Desvario


Que coisa bonita!
Eu sinto a vida viva.
Perdoei as minhas traições.

Prezo pelo bem, meu bem.
As coisas não são tão ruins  assim.
Eu te perdoei, Aline.

Você é a minha menina
O seu olhar que sustenta
meu querer, o meu bem viver.

Sem você prefiro nem viver,
a não ser que encontre um outro
alguém parecido com você.

Te amo e nada mais.
Nada mais além dessa vida,
tirando a minha solidão.

És o melhor pensamento.
A flor que perfuma.
O amor que tanto procurava.
Minha sina.

Você tem aquele jeito
que ninguém mais tem
É fora do natural,
inclusive a sua cor
que é tão linda


Porque você tira
o melhor de mim.
Aquilo que nunca terei,
pois eu só reconheço o amor
quando estou  passeando em
suas perfeitas curvas.

Rotulado como louco só pelo
fato de você ser o meu ponto fraco.
O que faz minha carne tremer.

Não me canso de nós dois.
Beijo teu desejo. Vejo Tua alma.
Contemplo a felicidade.
Sua boca.

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Dor, sem dó


Com a provação do desespero,
Ela decidiu num ato sóbrio
Inaugurar o que estava a tanto tempo guardado.
Num resultado nada proveitoso,
A satisfação não foi seu presente.

O jogo desigual das igualdades,
Sentiu em seus próprios quadris
O peso que carrega por natureza.

Com a graça que acabara de receber
A inversão do valor é desperdiçada
Quando não se carrega a dádiva no próprio ventre.

Tornou-se faminta pela busca da satisfação feminina.
Desenfreada, ela buscava ser  o centro da sua vida.
Jogava em alheios a satisfação do que seria a felicidade.

Com o tempo as manhãs ficaram sem luz
Até que um dia, com um fluxo, jogou no lixo de sua casa
o que encheria seu corpo, alma e coração.

O espetáculo de desgraça.
O infeliz sorriso. 
O esforço de ter que conviver 
com o próprio peso, o merecimento 
de ter que ser assim. 
De ter sentenciado a morte do que seria só seu 
sorriso.



Algemas de papel


A razão é sujeita a conveniência.
Simples desvaneio do concreto.
Falta de sinceridade e perspectiva
Da clareza da verdade.
Há ausência de argumentação ou
 De qualquer tipo de acordo.
 A satisfação é o susto alheio
às cegas do outro lado da verdade.
Reféns do caos, a preferência
é continuar cego.
Ser escravo da ignorância e apenas
Almejar a sabedoria.
Em rédia do próprio preconceito,
Os dias são vivenciados com a
Miserável riqueza que se construiu.
Passam-se os invernos
E a parte boa é o que o fim um dia chega
E tudo que já foi dito é enterrado junto
Com o túmulo, sem ao menos ter direito
A declamação de uma pequena revolução.
Aceitar a própria pequenez e passar despercebido.
Apenas mais um.