Com a provação do desespero,
Ela decidiu num ato sóbrio
Inaugurar o que estava a
tanto tempo guardado.
Num resultado nada
proveitoso,
A satisfação não foi seu
presente.
O jogo desigual das
igualdades,
Sentiu em seus próprios
quadris
O peso que carrega por
natureza.
Com a graça que acabara de
receber
A inversão do valor é desperdiçada
Quando não se carrega a dádiva
no próprio ventre.
Tornou-se faminta pela busca da satisfação feminina.
Desenfreada, ela buscava ser o centro da sua vida.
Jogava em alheios a satisfação do que seria a felicidade.
Com o tempo as manhãs ficaram sem luz
Até que um dia, com um fluxo, jogou no lixo de sua casa
o que encheria seu corpo, alma e coração.
O espetáculo de desgraça.
O infeliz sorriso.
O esforço de ter que conviver
com o próprio peso, o merecimento
de ter que ser assim.
De ter sentenciado a morte do que seria só seu
sorriso.
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